Ouvindo com meus olhos 

21/Agosto, 1998 

Olá, meu nome é Kenwood Dennard. Tenho praticado Budismo por 11 anos, 2 meses e 11 dias. Durante esse tempo, tenho tido incontáveis, bonitas e memoráveis experiências com esse Gohonzon surpreendente! Essas experiências tem aprofundado minha fé verdadeiramente e também fortalecido minha determinação para meus objetivos no futuro: Paz Mundial e Felicidade, ou seja, Kossen-Rufu! 

Minha Prática Budista revolucionou dramaticamente cada aspecto de minha vida, desde relacionamentos pessoais, a educação, finanças, amizades e tudo o mais que possa ser imaginado.

Agora eu gostaria de dizer a vocês qual aspecto de minha vida foi o mais significativo e converteu-se de forma tão concreta e bonita: O desenvolvimento de um grande Senso de Apreciação! Este senso de apreciação tem beneficiado-me agora mais do que nunca, e tem convertido-se de forma vaga a uma forma específica, e convertido-se também do teorico para o prático. 

Eu nasci 70% surdo e isso era uma fonte de embaraços e vergonhas desde minha infância. Eu era frequentemente abordado com um verdadeiro açude de questões meio estúpidas sobre meu aparelho de surdez, questões como: “Ewwwww — O que são essas coisas atrás de seus ouvidos?? 

E sempre dei respostas afiadas, breves, dizendo qiue aquelas coisas em minhas orelhas eram aparelhos de surdez, eram como óculos p/ que outros pudessem enxergar melhor e para mim, eram para os ouvidos , p/ que eu pudesse ouvir melhor. Quando comecei a praticar Budismo, comecei a apreciar mais a mim mesmo e a cuidar-me mais. Eu costumava perder meu aparelho de surdez constantemente. E isso também mudou. Eu costumava ouvir de forma muito casual, sem grandes preocupações com uma attitude de o que será, será. Agora minha prática Budista têm ajudado-me a estar apto a focar muito atentamente minhas possibilidades para ouvir

Entre todas as carreiras no mundo eu tinha que eleger uma que pareceria a mais irônica: Música! Desde os três anos de idade eu tenho feito música. Recentemente eu tive que memorizar algumas músicas para uma banda e enquanto eu tocava, tinha uma tremenda dificuldade. Geralmente eu apenas criava minha própria música espontânea-especialmente a minha favorita: Jazz! Mas, nesse caso, havia uma banda de Pop Music, desejando empregar-me. 

O Bandleader desejava que eu memorizasse a música rapidamente em vez de confiar na leitura das notas musicais (o que levaria mais tempo) Eu tentava, mas nossa, como era difícil!

Quando eu recitei Daimoku tive uma boa revelação de que eu mantinha o hábito de usar meu intelecto para lembrar da música, em vez de tentar ouvi-la cuidadosamente usando meus ouvidos para relembrar a mesma música.

Eu acho que estava com medo de deixar esse serviço para meus ouvidos. Então decidi deixar menos tarefas para a leitura das partituras e mais atenção ao ouvir e tocar usando como recurso um video tape da banda. Eu tinha tremenda dificuldade em focar minha mente em ouvir a mesma parte da música vária vezes,

E eu também estava esforçando-me para não subestimar o tape com o tipo de música que era. Logo, invoquei para superar minha arrogância. Parte por parte isso foi funcionando. Abandonei minha falta de concentração e minha preguiça e forcei a mim mesmo a memorizar a tal música. Era difícil disciplinar a mim mesmo e mais do que uma vez ou duas eu realmente estava em prantos com todo esse esforço.

Eu apenas desejava sentar-me confortavelmente em frente a meu aparelho de TV e sair de órbita. A situação havia chegado a um ponto em que a importante banda de Los Angeles estaria apresentando-se muito brevemente e eu o baterista ainda não havia memorizado completamente a música.

O empresário da banda puxou-me de lado e disse: “Nós conhecemos sua maneira de tocar…. bem, você é um famoso baterista de jazz. Nós temos um grande respeito por seu trabalho, mas essa banda entretanto é de Pop music. Nós precisamos que você memorize as partes exatas onde você deve atuar.

Bem, ele foi tão sincero e direto que eu não quis deixá-lo desapontado. 
Esse empresário conseguiu um estúdio de gravação para que eu pudesse ensaiar e eu ensaiei, ensaiei, ensaiei e ensaiei. Eu estava habituado a não folhear a composição, mas após um longo dia de ensaio, eu ainda não havia memorizado os detalhes mais simples. Eu aluguei o studio por um segundo dia com meu próprio dinheiro para continuar meu processo de memorização, sob o clamor de um amigo e de um outro mais a quem eu estava introduzindo ao Budismo (Peter).

Eu tocava acompanhando o Video Tape em uma tela imensa com imensos amplificadores. Eu ouvia e tocava e trabalhava e trabalhava e trabalhava e aindaAlgo faltava, como detalhes importantes da música-e eu estava ficando sem dinheiro!!! Eu recitava Daimoku a todo o tempo e movia-me dentro de 100% de esforços, mas brevemente meu tempo de ensaio esgotava-se. Então, como eu estava pagando a conta p/ uma noite mais no estúdio, o mesmo ofereceu-me um tempo adicional por uma noite mais e por um Grande desconto. Quase de graça! E eu disse Hei! Aceito, claro que aceito.

Aceitei maravilhado. E então eu estava apto naquela noite , finalmente a tocar toda a música de memória quase que perfeitamente. No próximo dia, acreditando em minha atual confiança e em minha determinação relacionada a meus ouvidos então avisei aos membros da banda que não necessitaria dos tapes porque eu Tocaria usando minha própria memória. O líder da banda pareceu impressionado e feliz.

Então surgiu um estranho e inesperado obstáculo: meu aparelho de surdez do lado esquerdo começou a fazer um barulho alto e intolerável. Depois de todo o susto, ele apenas parou de funcionar. Eu tinha tomado tanta coragem para anunciar que eu confiaria em meus ouvidos em vez de ler a partitura da música e agora o aparelho de surdez estava completamente inoperante. Agora eu tinha que confiar no que podia ouvir da cantora, mas ela estava descansando sua voz durante os ensaios então duramente eu poderia ouvir a voz dela por minha conta. E mais ainda: toda a mistura de sons dos monitores soavam erradas, E os monitores pareciam cruciais agora, enquanto que antes não importava muito, porque todo o que eu tinha que fazer era ler o que estava na partitura.

Logo, eu lutei para manter um alto estado de vida e perguntar pelo o que eu necessitava (Eu não poderia ser submisso, de qualquer maneira, eu tinha que levanter-me para o que eu precisasse em meio àquela confusão).
Bem, eu finalmente fui direto para o ensaio que surpreendentemente, a despeito de meus desafios pessoais, foi muito bem. Aquela noite a performance estava impressionante. Nosso empresário disse-me que a banda estava apta a conseguir novos contratos por nossa excelente performance.

A noite posterior em Vancouver nós tivemos outra fantástica, maravilhosa apresentação…. Eu estava genuinamente aapreciando toda a experiência. Estava apto a trocar uma olhadela e ter essa sensação de cumplicidade com a cantora, com o baixista e com o guitarrista, e com os backing vocals, enfim, com todos.

Eu estava suando e num tremendo compasso. Senti um júbilo explosivo e profundo, um uníssono com o baixista que era o bandleader.

No final da apresentação o líder da banda disse: Oh! Você fez-me reallllllmente feliz!!! Eu achei profundamente gratificante, desde o ponto de vista do Budismo de que a proposta da prática budista é a felicidade!!! 
(Ele é muito estricto no que diz respeito a detalhes) "Acredite em mim. Estava perfeito!!!!!" Yeeeaaay! Oh! De qaulquer maneira a banda em que eu tocava é muito popular, eles têm vendido 25 milhões de cópias somente no Japão 

Sinto que tenho feito grandes novos amigos e experimentado um tesouro real do coração. O líder da banda e a cantora foram tão sinceros comigo que eu realmente não me importaria de trabalhar com tanta diligência para fazer a música soar tão boa. Sinto um grande senso de apreciação por minha prática por habilitar-me ter foco e ter essa tão grande experiênciaI. Em vez de ter apreciação somente pelas coisas boas que surgem como eu costumava fazer, agora de igual maneira aprecio os obstáculos que eu tenho também

Durante minha época como católico eu costumava apreciar diretrizes divinas, mas não as humanas. Agora, de acordo com a unicidade de pessoa e lei, eu aprecio minha vida inteira incluindo toda a humanidade! Aprecio ter um profundo senso de esperança e responsabilidade pessoal. Com o Gohonzon, minha fé é seguramente mais concreta. Devoto a mim mesmo a Lei concreta do Nam Myoho Rengue Kyo- O Gohonzon, e não a alguns vagos conceitos sobre o que é Deus, ou o que é o Universo ou o espírito. Aprecio as experiências atuais que tenho tido com as pessoas acima de tudo!! 

Em 1994, Daisaku Ikeda, Presidente da SGI, incluiu-me em suas orientações, mencionando que Kenwood Dennard é parcialmente surdo. Depois, novamente em 2.002 ele mencionou-me em seus ensaios. Sensei (como ele é conhecido), Disse que Kenwood tem que esforçar-se duramente, mais do que os outros. Ele usa seus olhos para ouvir. 

Bem eu estava envergonhado e retraído por ouvir isso-mas agora, obrigado Sensei por sua orientação cheia de compaixão, estou confiante de que posso sentir-me orgulhoso de meus esforços para encorajar e inspirar outras pessoas. A minha experiência mostra que não somente minha audição melhorou, mas que Eu estou Usando-a muito melhor também. E então, minha determinação é fazer minha ”lição de casa” e solucionar meus obstáculos e espalhar essa apreciação pelo Nam Myoho Rengue Kyo em torno de todo o mundo pelo resto de minha vida! Tenho orado para que minha audição cada vez mais melhore para que eu possa mostrar a prova real neste mundo que ansia por felicidade e Paz, apenas como o Bodhissatva Som Maravilhoso o faria. 

Muito Obrigado a todos! Paz! :-) 

Kenwood Dennard 
 
 

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